ESPECIAL: Bolsistas já são maioria na graduação

Nem sempre foi assim, mas em 2020 a maior parte dos estudantes de graduação da PUC Goiás contam com algum tipo de bolsa ou financiamento. Dos nossos 18 mil alunos, pouco mais de 11 mil contam com algum benefício. Isso é resultado de um processo intensificado na última década (2009 – 2019) na instituição para a ampliação do acesso e permanência de estudantes das camadas mais populares da sociedade goiana, sobretudo.

Além de incluir em seu portfólio opções que foram se popularizando entre instituições goianas como o Fies e as bolsas do Programa Universidade para Todos (Prouni), da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG) e de iniciação científica e à docência concedidas pela esfera federal – Pibic e Pibid, respectivamente – a PUC Goiás investiu na criação e programas próprios. O objetivo, claro, é que esses projetos aumentassem as chances de jovens populares no ingresso e permanência da universidade que tantas vezes foi reconhecida por premiações e pele mercado de trabalho como a principal universidade comunitária de Goiás, e uma das mais importantes do país.

Apesar de já existirem bolsas sociais e auxílios voltados para seus estudantes, a universidade criou em 2010 o que hoje é seu maior programa de assistência: o Vestibular Social. Pensado para dar um novo fôlego aos cursos de formação de professores, tão necessários para o desenvolvimento do país, o programa acabou se estendendo e hoje conta com mais de 5 mil estudantes beneficiados por semestre em 23 cursos de graduação.

“Isso tem dado, ao longo do tempo, um volume muito importante de estudantes que, ao cumprirem os requisitos obtêm a bolsa”, considera a pró-reitora de Graduação, professora Sonia Gomes Sousa. De fato, dos 11.044 bolsistas matriculados no primeiro semestre de 2020, mais de 5,5 mil contavam com a bolsa do Vestibular Social*. “É uma oportunidade de estudantes de classes populares terem sua formação em uma grande universidade. Tem a questão da bolsa, mas também a qualidade do ensino, a excelência na formação dos professores. Acho que esses ingredientes contribuem enormemente para a formação desse aluno”, explica.

Questão de identidade

Ligada aos princípios Cristãos e humanistas, a PUC Goiás tem desde sua criação o viés filantrópico e de assistência aos mais desassistidos, seja por meio de bolsas ou pelos resultados da presença de sua comunidade acadêmica nas comunidades mais distantes da cidade. Isso faz com que tenha sido natural tanto a agilidade da universidade em integrar políticas públicas de acesso e permanência como a criação de soluções próprias como o Vestibular Social, as bolsas próprias de Incentivo à Cultura e de Iniciação Científica, além do PODE PUC, programa de financiamento lançado pela universidade em 2017.

“Por um lado os nossos programas de acesso, permanência e financiamento nos ajudam a cumprir com a nossa missão institucional. Por outro lado, no que pese sermos apenas uma instituição, que não promoverá sozinha a justiça social que nossa sociedade necessita e merece, nós entendemos que aqueles estudantes que conseguimos atender tem uma vida completamente transformada. Se abre diante deles um mundo de possibilidades que eles muito provavelmente não teriam”, lembra a pró-reitora de Extensão e Apoio Estudantil, professora Márcia de Alencar.

Ambas as pró-reitoras, tanto a de Graduação quanto a de Extensão nos lembram, porém, a diminuição constante do incentivo aos programas governamentais de acesso e permanência em todo o país, desde 2015. Tanto o Prouni quanto o Fies tiveram, na PUC, seu auge em 2014, com mais de 2,5 mil bolsistas integrais e mais de 4,8 mil estudantes com o benefício do financiamento. No primeiro semestre de 2020, o número de bolsistas Prouni se manteve instável em pouco mais de dois mil estudantes, mas o benefício do Fies não chegou a mil estudantes. Por outro lado, bolsas e programas próprios da universidade somaram 6 mil bolsistas no primeiro semestre*.

“Para nós é motivo de muito orgulho isso que fazemos, inclusive de luta contra políticas que vem sido reduzidas paulatinamente, como o Prouni e o Fies, num movimento contrário ao que acreditamos que deveria ser feito. Acreditamos que eles deveriam ser ampliados para atender a imensa maioria de jovens desse país que estão distantes do banco de uma universidade”, reflete a pró-reitora Márcia de Alencar.

Daqui para frente

Seja como for, a PUC Goiás continua se posicionando na linha de frente nos conselhos e articulações regionais e nacionais em busca da retomada do investimento em políticas públicas voltadas ao acesso e permanência de estudantes das camadas mais populares das nossas comunidades.

Enquanto isso, busca se manter forte e estabilizada para garantir que cada estudante já beneficiado com seus programas internos conclua a sua jornada e que essas oportunidades sejam ampliadas a cada semestre, mesmo em meio a uma crise econômica e de saúde como a atual.

A partir de outubro, os estudantes de licenciaturas contarão com uma nova bolsa estudantil, em acordo inédito fechado com o Santander Universidades neste mês de julho de 2020. O Vestibular Social também segue com inscrições abertas para 23 opções de graduação com bolsa de 50% nas mensalidades até o final do curso. Confira aqui o edital!

*Fonte: PUC em Dados 2020/1

Leia o especial na íntegra:

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Vestibular Social completa uma década com mais de 95 mil matrículas

Universidade marca década com mais de 55 mil matrículas com o Fies

Pesquisa investiga dificuldades e perspectivas de bolsistas concluintes

Entrevista: inclusão e permanência de estudantes no ensino superior