Estudantes do curso de Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC Goiás) organizaram uma simulação de gabinete de guerra para o público universitário. Essa simulação tratou do atual conflito entre Israel e Hamas e foi promovida pelo Núcleo de Estudos e Simulações em Organizações Internacionais “Bertha Lutz” (NSO Bertha Lutz), em parceria com a Federação de Indústrias do Estado de Goiás (FIEG) e com o apoio da Egali Intercâmbio e da Santa Fé – Centro de Saúde Integrado. O evento ocorreu nas dependências do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), no dia 22 de novembro de 2023, e reuniu discentes, egressos e professores do curso em torno de uma agenda de trabalho bastante desafiadora, imprevisível e complexa.
A finalidade de uma simulação de gabinete de guerra é proporcionar ao público participante uma experiência próxima daquela enfrentada em situações de crises e conflitos armados. Nesse tipo de simulação, os estudantes representam líderes políticos, militares de alto escalão, assessores de segurança nacional, combatentes de grupos insurgentes etc. e devem tomar decisões críticas relacionadas ao planejamento estratégico, tático e operacional do emprego da força militar, a alocação de recursos para conter ameaças e garantir os objetivos políticos e até mesmo a condução de negociações diplomáticas para solucionar impasses. As decisões são posteriormente verificadas por um Grupo de Controle e, quando ostensivas, compartilhadas com todos os participantes.
Na simulação realizada nesta semana, os estudantes foram divididos em dois gabinetes opostos, e o Grupo de Controle foi formado por integrantes do NSO Bertha Lutz e pelos professores Giovanni Hideki Chinaglia Okado e Guilherme Augusto Batista Carvalho. Em se tratando de um tema atual, o público participante vivenciou as dificuldades dos tomadores de decisão, principalmente no que diz respeito à coordenação política entre atores distintos, no planejamento de operações militares em um ambiente de incertezas. Além disso, o evento contribuiu com o desenvolvimento de capacidades e habilidades necessárias ao perfil internacionalista, como a condução, análise e avaliação de negociações e a resolução de problemas em uma realidade diversa e em constante mutação.
Para Ana Maria Pereira, graduanda do 4º período do curso de Relações Internacionais da PUC Goiás e Secretária-Geral do NSO Bertha Lutz, “a simulação foi bastante proveitosa e instigante, já que assume um caráter diferente de outros foros de debate e estimula os participantes e a organização a aprenderem novas regras e mecanismos de articulação e, principalmente, a trabalhar em grupo em momentos de tensões”. O NSO Bertha Lutz detém uma boa experiência de organização de simulações para estudantes do ensino médio de Goiânia, a exemplo do modelo Visões Unidas, desenvolvido em parceria com o Colégio Visão, e a atual matriz curricular do curso oferece uma disciplina extensionista de simulação em organizações internacionais.
Já o graduando do 2º período, Thalles Barbosa, relatou que “foi uma experiência incrível, que agrega para todos, tanto em trabalho em equipe quanto em estratégia, raciocínio e confiança na tomada de decisões, influenciando positivamente a formação acadêmica e profissional”. Ele ainda acrescentou que está ansioso para que novas simulações aconteçam. Adriano Rosa, graduando do 5º período, também destacou a originalidade do gabinete de guerra e a contribuição para o entendimento de conflitos no Oriente Médio.
Texto: Giovanni Hideki Chinaglia Okado