A maternidade muda a vida das mães e não foi diferente com a professora da PUC Goiás e psicóloga, Juliana Hannum, 40. Mesmo tendo planejado e esperado o momento, quando as gêmeas Manuela e Cecília chegaram ela teve que se esmerar em uma nova habilidade, malabarismo e viu uma rotina até então tranquila ganhar a potência de duas meninas que têm energia de sobra. Hoje, cinco anos depois, ela contabiliza experiência, aprendizagem e muitas memórias felizes. Juliana é a segunda personagem da série Mães da PUC.
A maternidade sempre foi um desejo para Juliana, mas casada desde os 25 anos com Renato, que também é professor na universidade, adiou os planos nos primeiros anos para se concentrar nos estudos e na carreira. Só depois de uma década que as gêmeas vieram. “Na época em que eu me decidi, eu pensei, preciso terminar o doutorado, porque quando as meninas nascerem, eu quero poder me dedicar a elas com a maior integralidade. Foi isso que aconteceu. Então, eu me preparei muito. Em 2019, eu engravidei das gêmeas, Manuela e Cecília, e em 2020, quando elas nasceram, eu fiquei por conta delas por um bom tempo.”
Um ano antes da gravidez ela enfrentou um problema de saúde que dificultou a gravidez, o que levou o casal a buscar a fertilização in vitro e já na segunda tentativa, Juliana recebeu resultado positivo. Ela trabalhou a gestação toda, manteve o ritmo das atividades tanto na universidade quanto na academia. “Eu guardo as melhores lembranças possíveis, foi uma fase em que realmente eu entendi o que é a sensação de completude. Então é uma vivência que muitas vezes a palavra acaba não alcançando toda a sensação que foi vivenciada, sabe?”, conta.
Ao nascerem, Manuela e Cecília naturalmente mudaram o ritmo da mãe. A rotina na casa dos Hanum começa invariavelmente às 5 da manhã quando as gêmeas acordam e só termina depois que elas dormem. No primeiro ano, Juliana ficou mais afastada das atividades laborais, mas hoje concilia trabalho, filhas e casa com o apoio de uma rede infinita de amor. Enquanto elas estão na escola, Juliana vem para a universidade e, duas vezes por semana, elas ficam de forma integral, enquanto a mãe clinica. Entre malabarismos, como ela mesmo conta, a dinâmica funciona e as duas já sabem que o trabalho é muito importante para a mãe e, um dia, será para elas.
“Eu mudei a vida depois que eu me tornei mãe. Ah, hoje eu me vejo muito mais preocupada com o futuro. Não que antes eu não fosse, mas hoje parece que eu fico com o olhar atento, aquele olhar de que atrás daquele aluno tem uma mãe que tá depositando em mim a responsabilidade de auxiliá-lo na sua formação intelectual. Então, eu tenho me visto muito mais responsável, muito mais atenta às necessidades do outro. E tenho percebido também um acolhimento genuíno das pessoas. Então, assim, mudou muita coisa, mudou um pouco essa visão. Parece que a maternidade ampliou o meu universo e o mundo em que eu vivia.” Com certeza, o mundo ficou bem mais bonito com a companhia sorridente da Manuela e da Cecília.
Fotos: Wagmar Alves