A comunidade acadêmica perdeu, na madrugada deste domingo, 15 de agosto, um professor, colega de trabalho e amigo, que deixa um legado para a educação, cultura e igreja católica em Goiás. Morto em decorrência de insuficiência respiratória, o prof. Gil Barreto Ribeiro foi um profissional dedicado e um autêntico semeador de livros.
Com 32 anos dedicados à docência no ensino superior, ele ingressou no quadro docente da então UCG, em 1988. Nesta instituição, também coordenou a assessoria de comunicação da universidade, de 1988 a 1993, e foi diretor da Editora PUC Goiás, de 2002 a 2012.
Para atender a formação de candidatos à vida religiosa e sacerdotal da região, foi um um dos fundadores do Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás (IFITEG), criado em 1980. Na época, ele era
presidente regional da Conferência Nacional dos Religiosos do Brasil e estava envolvido desde os primeiros estudos para a implantação desta iniciativa.
Na juventude, foi missionário redentorista e, como padre, trabalhou em Sacramento e Goiânia. Posteriormente deixou o ministério, constituiu uma família cristã e a igreja era um tema recorrente em seus livros.
Foi autor de diversos livros, entre eles, Evangelho Político (Editora UCG), Igreja Patrimônio Social (Editora Kelps e PUC Goiás) e El matrimonio, amor de pajera (Edições Paulinas, Argentina). Pela PUC Goiás, publicou mais de mil livros e revistas científicas como editor.
Empreendia atualmente no mercado editorial ao lado da filha Larissa Rodrigues Ribeiro, por meio da Editora e Livraria Espaço Acadêmico, onde era fundador e diretor editorial, desde 2014.
Especializou-se na edição de livros acadêmicos e científicos, tendo editado inúmeros livros de professores universitários.
Ele era graduado em Filosofia e Teologia pelo ITESP-SP, (1967), pós-graduado em Administração e Recursos Humanos pela FGV/UCG (1989), especialista em Editoração de Livros e Revistas Científicas também pela UCG (1990) e mestre em Comunicação Social pela UNB (1984).
Leia, abaixo, um relato de autoria do prof. Giuseppe Bertazzo, que resgata, com saudade e afeto, a essência do prof. Gil
O prof. Gil Barreto se foi. Um amigo, é o mínimo que eu possa afirmar. Uma pessoa que, aprisionada pela doença que lhe tolhia a mobilidade, aceitou sem revolta essa condição. Brincadeiras, piadas e muitas conversas sérias era o que vivíamos durante as muitas horas que vivemos juntos na UCG e na convivência fora da universidade.Fomos colegas no FIT, professores da disciplina de Estudos Teológicos. Além disso, estivemos juntos, durante um bom tempo, na assessoria da SGC. Nossa tarefa: convidar os alunos novatos à sede da SGC, apresentar-lhes as boas-vindas e informá-los do “espírito” da UCG, conforme Estatuto: “universidade confessional, católica, comunitária, filantrópica, etc.”. Bons momentos, ainda que a repetição do evento pudesse torná-lo monótono para nós dois, apelando, portanto, para Padre Pereira, secretário da SGC e outros que ilustrassem o momento.
Não sei por quais cargas d`água, nos reencontramos no campus V, Jardim Novo Mundo V (?), na sede da editora da UCG. Gil era o diretor da Editora, tinha uma boa experiência no ramo, e muita coisa foi encaminhada e levada a termo (não lembro detalhes: a terceira juventude impede-me ter recordações nítidas de tempos idos).
Enfim, o que posso dizer a respeito do meu amigo Gil Barreto? Algo que me impressionava era a determinação que lhe impedia de pedir favores especiais aduzindo sua condição física. Professor, assessor da SGC, diretor da Editora e, sobretudo, sereno amigo de todos. Gil será sempre o colega amigo”.