A história de Vanusa Claudete Anastácio Usier Leite, 49 anos, começa em Nepomuceno, sul de Minas Gerais. A caçula da família demonstrava desde muito cedo sua vocação para o cuidar, missão que era exercida por ela, na esfera familiar. Com o falecimento do pai, ainda na infância, foi criada pela sua mãe, avó, irmãos e sua prima-irmã, Ana Tereza.
Para ajudar a avó, que era hipertensa, ela ganhou um aparelho de pressão arterial e aprendeu a usar o equipamento com um farmacêutico da cidade. Como em cidade interiorana as relações são muito próximas, ela se tornou uma referência para os familiares e vizinhos pela habilidade de aferir a pressão arterial das pessoas.
Quando adolescente, antes de completar 18 anos, foi convidada para trabalhar na Santa Casa de Misericórdia de Nepomuneco, trabalho que deixou ainda mais nítida a sua vocação para a Enfermagem. Como não havia cursos nesta área em sua cidade natal, ela se deslocava para o município mais próximo, com a finalidade de buscar mais conhecimentos.
Foi em Varginha, cidade mineira situada a 80 km de Nepomuceno, que ela encontrou a oportunidade de fazer um curso de auxiliar de Enfermagem. Como a distância não era um empecilho para a jovem ir em busca dos seus sonhos, ela ia e voltava todos os dias no ônibus da Prefeitura, para estudar. Todavia, este ciclo da sua vida lhe reservou outras surpresas que trouxeram novos rumos a sua trajetória!
Neste período, conheceu Adilson, que se tornou, posteriormente, seu esposo e companheiro de vida. Até fixar residência em Goiânia, a rota do casal era itinerante, devido às demandas profissionais que foram surgindo ao longo do tempo.
Após o matrimônio, Vanusa foi de mudança para Varginha e lá trabalhou no Hospital Bom Pastor, na área de Oncologia e especializou-se no atendimento aos pacientes traqueostomizados.
Depois, foi para Uberlândia e lá ingressou no ensino superior. A oportunidade de fazer um curso de graduação em Enfermagem finalmente chegou! O ano era 1997 e a então caloura da Universidade Integrada do Triângulo (UNIT) conciliava os estudos acadêmicos com o trabalho de auxiliar de Enfermagem, no Hospital Santa Clara.
Em 1998, seu companheiro recebeu um convite para assumir o Hospital Neurológico, em Goiânia, e após algumas mudanças o casal fincou raízes em terras goianas.
Neste momento, temos um marco: aqui começa a relação duradoura da professora Vanusa com a PUC Goiás, na época Universidade Católica de Goiás. Em busca dos seus sonhos, ela deu continuidade aos estudos no ensino superior e ingressou na UCG, em 1999, como aluna extraordinária.
Oportunidades qualificam a formação
Como acadêmica da então UCG, Vanusa aproveitou todas as oportunidades que a universidade lhe proporcionou para ter uma formação completa. Foi monitora e participou de projetos de pesquisa, caminho esse que lhe preparou para o exercício da docência.
A PUC também foi seu campo de estágio. Ela fez o internato 1 no Serviço de Atendimento Médico (SAM) da instituição, que atualmente tem o nome de Serviço de Atendimento a Saúde (SAS).
“Após eu terminar o internato, eu fui convidada para ficar, por meio de um contrato acadêmico e, assim, começo minha trajetória como aluna e sempre participando de tudo na PUC. Sempre fui muito encantada com a universidade”, recorda-se.
Pelo SAS, Vanusa atuou futuramente também, como enfermeira contratada, desenvolvendo diversos projetos de promoção à saúde, voltados para a comunidade interna e externa.
Internato
Saiba que aqui na PUC, você encontra todas as oportunidades para ter uma formação completa, como a profa. Vanusa.
No âmbito do internato, a universidade tem parceria com todos os hospitais de alta complexidade de Goiânia, que são campo de estágio para os estudantes do curso.
Juntamente com os professores supervisores, os concluintes praticam o internato no Hospitais do Coração, Neurológico, Samaritano, Santa Helena, Santa Mônica, Santa Casa de Misericórdia, Centro de Reabilitação Henrique Santillo (CRER) e Anis Rassi. Em 2021/2, 100 estudantes foram enviados a esses hospitais, para a prática do Internato 2, que juntamente ao TCC fecha a grade do curso.
Inserção no mercado de trabalho
A atuação de uma enfermeira vai muito além dos hospitais. Após uma caminhada universitária marcada por muita dedicação ao ensino, pesquisa e extensão, Vanusa já estava inserida no mercado de trabalho, 20 dias após a sua colação de grau.
Ela foi convidada para trabalhar no Corpo de Bombeiros Militar de Goiás, como enfermeira intervencionista. Recém-formada, ela já atuava em uma unidade de suporte avançado. Para o exercício da sua função, tudo o que aprendeu com o corpo docente foi decisivo para realizar os procedimentos.
“Cada medicação que eu fazia, eu me lembrava sempre de um professor”, recorda-se. E Vanusa não parou por aí. Investiu na sua formação, fez mestrado na universidade, foi efetivada como docente do curso de Enfermagem da PUC e pediu exoneração do Corpo de Bombeiros, após oito anos de trabalho.
Em reconhecimento a sua trajetória na Corporação, ela foi homenageada com a comenda Dom Pedro II, maior honraria que os bombeiros militares podem conceder a um civil.
Curso mais antigo do Centro-Oeste
Como professora, Vanusa sempre levou a PUC para além muros. Ela assumiu a coordenação do curso no ano de 2012 e, nos últimos 9 anos, o colegiado comemora muitas conquistas.
O curso completa 80 anos de história em 2022, tem reconhecimento máximo do MEC (nota 5), formou os primeiros profissionais da área no estado de Goiás e revelou milhares de talentos ao longo das décadas, que atuam Brasil afora, seja na assistência direta ao paciente, na pesquisa, nos cargos de gestão na área da Saúde e na docência no ensino superior.
O índice de empregabilidade também é alto. De acordo com a coordenadora, 90% dos estudantes que realizam o internato são efetivados nos hospitais onde atuam como estagiários. Semestralmente, egressos são aprovados em seleções para mestrados e o curso registra diversas aprovações em residências e concursos.
Trata-se de um curso tradicional, robusto, e que prepara o estudante para as demandas do mundo do trabalho. A presença das ligas acadêmicas, movimento estudantil e projetos sociais engradecem o curso e somam ao trabalho que já é realizado pelo colegiado.
Outro ponto forte do curso de graduação em Enfermagem é que ele está vinculado ao Mestrado em Atenção a Saúde. Isso proporciona mais oportunidades na iniciação científica, maior oferta de projetos de pesquisa e faz um link do estudante com a pós-graduação.
Cenário da pandemia para Enfermagem
A pandemia foi uma oportunidade de mostrar ao mundo quem é o profissional enfermeiro. Na PUC Goiás, o corpo docente e discente teve um papel de protagonismo, com a chegada das vacinas contra a Covid-19 na capital goiana.
Por meio de parceria com as Secretarias Municipal e Estadual da Saúde, em janeiro de 2021, com a chegada dos imunizantes, professores e estudantes do curso atuaram na campanha de vacinação como voluntários.
A PUC é um cenário de prática de vacinação, na Área 1, e, além de disponibilizar sua infraestrutura para a campanha, também colaborou para a elaboração do primeiro inquérito epidemiológico local, ao promover a primeira testagem de antígeno da Covid-19 em crianças acima de 5 anos.
Além de ser um campo de trabalho, que recruta profissionais para atuar na linha de frente, a Covid, também, pode ser enfoque de pesquisas científicas.
A pandemia, inclusive, é objeto de estudo da profa. Vanusa, que está desenvolvendo sua tese de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUC. Ela investiga sobre o stress vivenciado pelos acadêmicos do Internato 2 frente a Covid-19.
Com tantas conquistas, Vanusa olha para sua trajetória com alegria e gratidão. A menina do Sul de Minas, oriunda de uma família de mulheres fortes, pôde ir muito além dos seus sonhos.
Querida pelo colegiado e pelos estudantes, é uma líder acolhedora que inspira a trajetória dos egressos e egressas que escrevem sua história na instituição. Vanusa, com todo seu carisma, é sinônimo de competência, força feminina, dedicação, motivação e acolhimento.