A trajetória de Caio de Faria Nascimento Rezende, 34 anos, é marcada por dedicação, propósito e uma vocação cultivada desde a infância.
Natural de Goiânia e egresso do curso de Direito da PUC Goiás, ele foi um dos 49 aprovados no concurso para Juiz de Direito Substituto do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
A solenidade de posse ocorreu na última segunda-feira, 7 de abril, no auditório do Tribunal Pleno do TJMG, e reuniu autoridades, familiares dos novos juízes e representantes da Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes, responsável pela formação dos magistrados.
Os empossados integram a 2ª turma do 14º Curso de Formação Inicial do Tribunal.
Marco na carreira
Mais do que uma cerimônia formal, o ato de posse representava o ponto de chegada de um sonho antigo e o marco de um novo começo.
“Desde criança eu sempre tive esse sonho, de ser juiz de direito. Na verdade, era um sonho latente, que só se fortaleceu com a graduação, com o contato com as matérias e os estágios…”, contou Caio, em tom de quem revisita uma estrada longa, traçada com disciplina e vocação.
Formado pela PUC Goiás em fevereiro de 2014, Caio deu os primeiros passos na carreira jurídica ainda como estagiário e depois como assistente jurídico no gabinete cível do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.
Ali, entre minutas de sentenças, decisões e o cotidiano de um gabinete judicial, viu o sonho da magistratura ganhar contornos mais nítidos.
Foram anos atuando nos bastidores da Justiça até decidir, no fim de 2019, que era hora de ir além. Começou então uma preparação intensa e profissional para concursos públicos, com foco na magistratura.
“Sempre me identifiquei mais com a judicatura, por exigir atributos que fazem parte de mim: imparcialidade, senso de justiça, neutralidade. Além disso, considero uma profissão nobre, que tem impacto direto na vida das pessoas”, explicou.
A decisão por essa trilha dentro do vasto leque de possibilidades do Direito não foi aleatória. Caio sabia, desde o início, que não queria advogar. Também via na docência uma possível vertente complementar à sua atuação jurídica. O cargo de juiz, no entanto, reunia tudo o que ele almejava: compromisso com a justiça, responsabilidade social e um espaço de atuação onde pudesse fazer a diferença.
As raízes da formação
A base para essa trajetória foi construída nos corredores da PUC Goiás. Foi ali, no primeiro contato com as disciplinas jurídicas, que ele começou a moldar sua compreensão sobre o papel do juiz e da Justiça na sociedade.
Aprovado no exame da OAB, Caio seguiu aprofundando os estudos com foco nos concursos, consolidando uma caminhada que exigiu esforço, persistência e um olhar sempre atento ao impacto social da sua futura função.
“Existe toda uma estrutura dentro da universidade que auxilia na construção do profissional do futuro. A formação inicial seja do magistrado ou advogado, ela começa na faculdade”, refletiu.
Magistratura com propósito
Ao ser empossado juiz, Caio sentiu um turbilhão de emoções: gratidão, realização, orgulho, mas também o senso de responsabilidade que a nova missão traz consigo.. “É impossível resumir esse momento em um único sentimento. É um mix, mas acima de tudo, é o início de um novo ciclo, com muitos desafios e a certeza da grande responsabilidade que é exercer a jurisdição”, afirmou.
Para ele, o impacto social da magistratura está justamente na sua capacidade de transformar realidades, mesmo que pontualmente. “Quem recorre ao Poder Judiciário já tentou resolver o problema de todas as maneiras e enxerga no juiz a última trincheira, então acho bastante nobre essa prerrogativa de pelo menos melhorar ou tentar melhorar a situação de vida das pessoas”, disse.
Seu compromisso, reforça, é atuar de forma ética, técnica e humanizada. “Sempre com base na lei, na doutrina, na jurisprudência, mas também com olhar contextualizado a respeito da sociedade, da atualidade e sempre com bom senso”, completou.
Ao vestir a toga, Caio não apenas alcança um sonho pessoal. Ele carrega consigo o nome da sua cidade, Goiânia; o legado da sua formação na PUC Goiás e o desejo de exercer uma magistratura séria, sensível e comprometida com a justiça social.
“Os desafios, com certeza, vão se apresentar e já se apresentam as demandas e os conflitos. A sociedade clama por uma atuação séria e eficaz do poder judiciário”, analisou.
O futuro, agora, se desenha entre audiências, sentenças e decisões que podem, sim, mudar vidas. E o novo juiz sabe disso. Com os pés no chão e o olhar no horizonte, está pronto para fazer valer o que acredita desde menino: que a Justiça pode, e deve, fazer a diferença na vida das pessoas .