Filosofia: basta falar o nome para já causar um susto em um bocado de gente. Mas calma lá! É difícil? É. Mas a dificuldade é equivalente à importância da disciplina que desde 2008 passou a ser obrigatória no currículo do Ensino Médio no Brasil, o que criou oportunidades e desafios para os professores de Filosofia. Como ultrapassar as barreiras e as dificuldades para ensinar a matéria que é a base de todas as ciências? Nos últimos dez anos quem saiu do Ensino Médio trouxe na bagagem para a universidade o conhecimento prévio da Filosofia. O ensino desenvolve um pensamento independente e crítico, ou seja, ensina a enxergar diferente e fora da caixinha. Na orientação do Ministério da Educação, a disciplina deve desenvolver conceitos que envolvem vida, cidadania e arte com base nas principais linhas.
As questões e políticas, assim com o trabalho de importantes filósofos, passam a ser dominadas por adolescentes que um dia poderão usar este recurso para transformar a sociedade. Mas como conquistar os jovens imersos nos gigas da internet para aprender a disciplina que foi lecionada até no Brasil Colônia? A resposta está na qualidade de quem se coloca entre eles e o conteúdo: o professor. Pedro Vinícius Dias Alcântara se formou em 2017 como filósofo na PUC Goiás. Já completou o mestrado na área e acumula uma graduação em Teologia.
Para cumprir o desafio escolhido, ele usa a lousa e a tela do celular para alcançar, do outro lado, estudantes entre 16 e 18 anos e falar sobre Filosofia. “No Ensino Médio, eu uso metodologia que transforma conceitos abstratos em experiências cotidianas. Sempre relacionando a um olhar, seja ético, seja político, seja epistemológico, a partir do que eles consomem na mídia”. Os conceitos são captados em séries, filmes e até em experiências cotidianas.
Como Pedro tem 27 anos, sua linguagem está muito próxima da garotada e leva consigo a experiência de ter sido aluno da disciplina no Ensino Médio. “Demonstro pra eles algo comum princípios filosóficos”. Ele busca incentivar a sensibilidade crítica de cada aluno com criatividade, mas sem perder a disciplina que o levou a ser professor.
Da universidade, além da formação, ele trouxe a experiência com diferentes perfis de professores, dos mais tradicionais aos mais arrojados. Filho de uma professora, ele se sentiu atraído para a formação e viu na Filosofia a possibilidade de lecionar com base no pensamento crítico e científico.
Conheça o curso
Na PUC Goiás, um dos diferenciais do curso é a adequação às mudanças propostas pelo Ministério da Educação em 2015, que aumentaram a duração do curso de 3 anos e meio para 4 anos. O movimento reflete a preocupação com a formação dos futuros professores, acompanhando a demanda vinda do Ensino Médio.
São 3.290 horas divididas em módulos, que trabalham a Filosofia a partir de grandes temas. O curso é metade presencial e a outra, virtual. O novo profissional encontra na universidade para instrumentos para reinventar a profissão e aprender a ser um crítico reflexivo. “Para ser filósofo, além do desejo, é preciso que ele tenha rotina de leituras e escritas e desenvolva o poder de argumentação”, explica a professora do curso, Polliana Pires Rocha.
A licenciatura em Filosofia está instalada na Escola de Formação de Professores e Humanidades (EFPH), no Câmpus I, Setor Leste Universitário. O estudante do curso pode participar se candidatar a bolsas de Iniciação Científica (IC), Programa de Iniciação à Docência (PIBID), Monitoria e de intercâmbio, por meio de convênio com o Santander Universidades, além de poder atuar como voluntário em projetos de extensão universitária dentro e fora da PUC.
O ingresso para o curso pode ser feito pelo Vestibular Geral, Vestibular Social ou ainda por Transferência.
Oportunidades
Mas não só no Ensino Médio estão as oportunidades para os profissionais da Filosofia! Pedro mesmo dá aula em uma faculdade em Goiânia para alunos do curso de Direito. Diferente do Ensino Médio, a exigência é maior por causa das teorias e da relação com a formação escolhida pelos acadêmicos.
Além da Licenciatura, a formação em Filosofia permite atuar nas áreas de ética, estética, epistemologia e até política. “Política vem se destacando bastante como campo de trabalho para o filósofo. Ele ajuda os políticos no poder da retórica, de discurso e de argumentação”, explica a coordenadora do curso na PUC, professora Polliana Pires Rocha.
A Filosofia faz parte de todo o campo da ciência, desde o processo metodológico que pode ser dedutivo, indutivo, hipotético dedutivo e dialético. Por isso está presente no campo da pesquisa, em todas as áreas de conhecimento. “Algumas pessoas acham que a filosofia não tem serventia, não tem utilidade, mas tem muita, na ciência, no campo da pesquisa. Quando você olha para os projetos, que tanto a universidade tem, quanto nas demais instituições de pesquisa, a filosofia dá fundamentação e sustentabilidade para que sejam realizados”.
Apoio estudantil
Se precisar de auxílio para ingressar ou permanecer na universidade, o/a estudante pode contar com bolsas de estudo como as do Vestibular Social, do Prouni e da OVG; bolsas de atuação específica, como as de Iniciação Científica (Pibic/CNPq e BIC/PUC); com financiamentos como o Fies, o Pode PUC e o PraValer.
Durante todo o curso, o aluno também pode integrar grupos de suporte oferecidos pela Coordenação de Assuntos Estudantis (CAE), contar com apoio psicológico gratuito ou a valores abaixo do mercado, a partir de parceiros, e se candidatar a vagas em oportunidades únicas que só uma universidade com o tamanho e o prestígio da PUC Goiás podem oferecer, como intercâmbios, workshops e grandes eventos científicos e comunitários de alcance regional, nacional e internacional.
Este e outros 43 cursos de graduação fazem parte do Vestibular Geral. E é do seu jeito: faça prova ou use sua nota do Enem.