Foto: Arquivo de Whitney Dafoe

Liga sobre Síndrome da Fadiga Crônica recebe inscrições

Popularmente conhecida como Síndrome da Fadiga Crônica, a Encefalomielite Miálgica é o nome que batiza a mais recente Liga Acadêmica criada na universidade, a LAEM, iniciativa inédita no Brasil.

O curso introdutório será ministrado no dia 19 de maio, às 16 horas, pelo diretor médico e de pesquisa da BC Women´s Health Hospital and Health Centre (Vancouver, Canadá), Luís Nacul, e pela professora do Departamento de Pesquisa Clínica da Faculdade de Doenças Infecciosas e Tropicais do Reino Unido, Eliana Lacerda. Vale destacar que a transmissão será pelo canal da PUC Goiás no YouTube.

Para participar, é só acessar o link disponibilizado na bio do perfil @laemsfc no Instagram. As inscrições estarão disponíveis até o dia 18 de maio (próxima quarta-feira) e têm como público-alvo estudantes da área da saúde.

Do diagnóstico à causa coletiva

Presidida pela acadêmica Ivana Andrade, do 6º período do curso de Psicologia, e supervisão da professora doutora Daniela Sacramento, a LAEM tem uma perspectiva multidisciplinar e interinstitucional com o objetivo de promover estudo, pesquisa e extensão.

“É extremamente importante transformar a atual realidade do País, que ainda não possui equipes preparadas para atuar na área e amparar os pacientes de forma adequada”, relata a estudante.

Buscar soluções para enfrentar o problema e partilhar informações para ajudar outras pessoas é uma missão que move o trabalho de Ivana, que tem o diagnóstico da doença.

Como é uma enfermidade estigmatizada e subnotificada, comumente confundida com depressão e ansiedade, ela demorou muitos anos para ter acesso às informações científicas que adquiriu hoje.

“O intuito é facilitar o acesso para outros pacientes, uma vez que a maioria deles não chegam a um diagnóstico preciso. Há estudos que apontam a possibilidade de o long Covid  estar relacionado com a  Síndrome. E caso isso seja verdade, o número de 20 milhões de pessoas acometidas, que se estimava, pode ter aumentado”, informa a presidente da Liga.

A Liga também tem o objetivo de suprir lacunas envolvendo pesquisas sobre o assunto e incentivar a qualificação profissional, já que no Brasil não há bancos de pesquisa sobre a doença, embora Portugal, Inglaterra e Canadá tenham pesquisas voltadas especificamente para este fim.

“Percebi que enquanto não houvesse estímulo para que se dedicassem ao assunto, não teríamos atendimento adequado. Como é uma doença multissistêmica, requer uma equipe multidisciplinar, atendimento esse que só encontramos nos hospitais-escola nos dias atuais”, relata.

Sintomas

A Síndrome da Fadiga Crônica causa dores, intolerância ortostática, disfunção gastrointestinal, alterações cardíacas, exaustão, mal-estar pós-esforço, dificuldade de raciocínio, sensibilidade a alimentos, entre outros sintomas.

Além de criar a Liga, Ivana também lança as sementes para auxiliar as pessoas que sofrem com a doença. A estudante conseguiu dar entrada em um projeto de lei estadual, que estimula políticas públicas para os pacientes acometidos pela Síndrome da Fadiga Crônica.