Iniciativa da Escola de Formação da Juventude (EFJ) com o fomento do Instituto Cooperforte beneficiou 30 adolescentes e jovens adultos da região, atendida há décadas com cursos profissionalizantes
Durante meses, 30 jovens da região Leste de Goiânia foram até a Escola de Formação da Juventude (EFJ) da PUC Goiás com uma motivação em mente: aprender a empreender no ramo audiovisual e dominar as principais técnicas básicas exigidas hoje pelo mercado. A entrega dos certificados na noite de quinta-feira, 20, foi a coroação do empenho desses estudantes que já começaram, muitos, a dar as primeiras investidas profissionais na área. “Não tivemos nenhuma evasão e alguns já conseguiram câmeras, estão conseguindo fechar os primeiros contratos. A gente vê um esforço muito grande deles”, explica a coordenadora da escola, Stela Moraes Pereira de Mello.
O curso Empreendendo na produção audiovisual foi realizado entre agosto e dezembro na escola, a partir do financiamento pelo Instituto Cooperforte, via edital de fomento. Puderam se inscrever jovens locais de 15 a 29 anos, estudantes da rede pública de ensino e com renda familiar de até três salários mínimos.
“O instituto nasceu em 2003 e ao longo dos anos vem financiando projetos de capacitação e inserção no mundo do trabalho em todo o país”, explica Daniella Abreu, assessora do comitê executivo da entidade. “A PUC é uma instituição muito consolidada, com muitos anos de trabalho e muita ativa na comunidade. Nós buscamos esse tipo de instituição para transformar realidades”, ressalta.
De olho no futuro
Entre os jovens atendidos está Amanda Custódio, 17, moradora do bairro Vila Pedroso e estudante do terceiro ano do ensino médio. O curso foi o primeiro que ela fez na EFJ, mas já abriu um mundo de possibilidades de futuro. “Achei a proposta do curso muito diferente e resolvi arriscar”, diz empolgada.
Com o conhecimento que adquiriu, a jovem pensa em aliar fotos e vídeos à profissão que deseja para o futuro: a de médica veterinária. “Acho que a fotografia pode me ajudar muito com isso, sabe? Com a divulgação do trabalho de uma forma mais legal”, explica. Os avós José e Adriana acompanham a jovem admirados. “Eu fico muito satisfeita, alegre de ver ela crescendo assim”, considera a avó.
Algumas cadeiras a frente, Maria Antônia, mãe do jovem Kennedy Wanderson, 17, conta orgulhosa as conquistas do rapaz, que ingressou na EFJ há dois anos e meio. “Ele fez todos os cursos de informática daqui, fez o administrativo e agora esse de audiovisual. Depois, passou em primeiro lugar no curso de Educação Física aqui na PUC. Eu tenho muito orgulho e ânimo para continuar investindo nele”, exalta. “Eu sempre fui muito isolado no colégio. Quando entrei aqui eu vi a diversidade e não quis sair mais. Quando vi, já tinha passado esse tempo todo”, relata o rapaz. “O mercado busca pessoas dinâmicas, com conhecimentos diversos. Aproveitei as oportunidades daqui para me especializar em várias coisas”, reflete. Todos os cursos da EFJ são ofertados gratuitamente para a população, a partir de professores e voluntários da universidade, além de professores contratados em casos específicos, como este do edital.
Para a diretora do Instituto Dom Fernando, entidade da PUC que coordena a escola, professora Elizabete Bicalho, oportunidades de fomento como essa vão ao encontro do histórico extensionista da universidade, que há décadas traz cultura e formação para comunidades do entorno da capital goianiense. “O que estamos fazendo aqui faz parte de um cotidiano de promoção da inclusão social da universidade. Com esse edital tivemos condições de ampliar ainda mais esse processo, com novos equipamentos e novos professores”, comemora. Além dos certificados, os 30 concluintes receberam também um portfólio com parte dos trabalhos que desenvolveram ao longo do curso, uma ferramenta essencial para mostrar ao mercado que estão prontos para avançar as barreiras da região Leste.