A professora Gabriela Cantarelli, de 38 anos, carrega consigo uma jornada de dedicação e paixão pela Medicina e pela docência. Em 2005, aos 18 anos, ela ingressou na Universidade Católica de Goiás (UCG), após ser aprovada no vestibular de meio ano. Desde pequena, tinha o sonho de seguir os passos do pai, Nelson Cantarelli, também médico. Foi assim que ela participou de um momento histórico para a universidade, a criação do curso de Medicina, que vinha sendo discutida desde 1978. Só naquele ano o Ministério da Educação aprovou a criação da nova graduação.
Ao ingressar no curso, Gabriela logo se deparou com a metodologia ativa, uma novidade no ensino, que incorporava a problematização e o aprendizado baseado em problemas (PBL). “Eu gostei muito desde o início, apesar de parte da turma ter ficado insegura porque estava acostumada com o tradicional.” Ali começava a brotar outra vocação de Gabriela, a de professora.
Desde os tempos de faculdade, ela já demonstrava aptidão para ensinar, ajudando os colegas a estudar para as provas. Um dos momentos decisivos em sua carreira foi o incentivo recebido dos professores Paulo Francescantônio, primeiro coordenador do curso, e Rita Francis, que perceberam seu talento e a encorajaram a fazer uma especialização em docência no ensino superior. No último ano do curso, Gabriela já estava cursando a pós-graduação e, ao concluir sua formação em 2011, foi aprovada em um concurso e entrou para a docência no mesmo lugar onde costumava ser aluna.
A docência se tornou a grande missão de Gabriela. Ela conta que neste percurso recebeu o apoio dos pais, que sempre a incentivam em tudo que faz. “Eu entendo a docência como a mais importante atividade da minha vida, porque eu multiplico o conhecimento, os saberes e tudo que envolve a assistência à saúde”.
Na PUC, ela teve o encontro destes dois caminhos. Gabriela se especializou em Geriatria e seu interesse pelo envelhecimento a levou a realizar um mestrado em Ciências da Saúde e Ambientais também na PUC. Um tema que a fascina é a “avosidade”, o vínculo afetivo entre avós e netos, que, para ela, melhora as atitudes em relação à velhice e à vida.
Formada há 13 anos, Gabriela já tem uma relação com a PUC que irá completar 20 anos em 2025. Sua trajetória como médica e professora se entrelaça com a história da universidade. “O curso de Medicina da PUC se tornou parte da minha identidade, um verdadeiro DNA”, brinca a professora. Ela conta que foi graças à PUC que conheceu seu marido, Josafá Bastos, urologista e hoje também professor na universidade. Eles se conheceram durante a residência médica na Santa Casa e compartilham a paixão pelo ensino e pela Medicina.
Mãe de dois filhos, Lucas e Arthur, de 6 e 4 anos, ela equilibra a carreira acadêmica com a vida familiar. Seus filhos praticamente nasceram na PUC, e Gabriela faz questão de levá-los para conhecer seus estudantes no final de cada semestre, cultivando desde cedo o interesse pela educação.
A relação próxima e de confiança que mantém com os alunos a motiva a se atualizar constantemente e, para muitos, ela é mais do que uma professora; é uma fonte de inspiração e afeto. Gabriela já foi homenageada várias vezes pelas turmas para as quais lecionou e conta que ser escolhida madrinha de turma foi um dos momentos mais marcantes de sua vida. “Naquele momento, percebi que todo o esforço e os desafios valeram a pena”, reflete. “Estava cumprindo o papel que sempre sonhei.”
Hoje, Gabriela segue sua jornada, buscando sempre ensinar e aprender, acreditando que, ao multiplicar o conhecimento, também salva vidas e deixa um legado ainda maior, de amor ao próximo.
Fotos: Weslley Cruz