Paulo Afonso Tavares, 32, tem uma história de superação que se entrelaça com a PUC Goiás e a fé que o guia desde a infância. Natural de Goianira, Paulo é de uma família simples, formada por mais cinco irmãos e uma mãe batalhadora, Ana Maria, que trabalhava como doméstica para sustentar a casa. Já aos dez anos, ele passou a ajudar a família vendendo refrigerantes e pasteizinhos que sua mãe fritava, na porta da universidade. Enquanto servia os alunos e visitantes, olhava pelos portões dos prédios da instituição na Praça Universitária e sonhava em estudar tal qual seus clientes. Mas a distância entre o sonho e a realização para aquele menino dependia de incentivo e de oportunidade, que naquele momento sua mãe não via como possibilidade.
“Eu ganhei livros usados dos meus primos com o carimbo da logomarca da então UCG quando eu era criança e fiquei encantado. Saber que a Igreja que eu tanto amava tinha uma universidade me encheu de esperança. Sonhava em um dia poder estar lá, estudando”, conta ele, sem saber que suas primeiras idas seriam à trabalho. Mas Paulo, que sempre foi muito católico, desejava inicialmente seguir a vida sacerdotal e isso acabou por abrir portas para ele. Seu amor pela Igreja e pela educação foi nutrido ao longo dos anos, primeiro quando entrou no seminário em Trindade e depois quando a PUC Goiás se abriu para ele.
Eu ganhei livros usados dos meus primos com o carimbo da logomarca da então UCG quando eu era criança e fiquei encantado. Saber que a Igreja que eu tanto amava tinha uma universidade me encheu de esperança
Em 2010, ele ingressou no curso de Jornalismo com uma bolsa concedida pelo então grão-chanceler e arcebispo de Goiânia, dom Washington Cruz, e pela então vice-reitora, Olga Ronchi. No total, foi concedido a ele um 75% de desconto. O restante ele tinha o apoio de uma madrinha para bancar. Além disso, dom Washington lhe aconselhou a fazer Jornalismo para ajudar na carreira sacerdotal. Ele era o primeiro filho de dona Ana Maria que pisava os pés na universidade para estudar.
Em 2013, Paulo concluiu sua graduação, mas seu desejo de aprender não parou por aí. Ele foi estudar licenciatura em Filosofia pelo IFITEG e, em seguida, ingressou no mestrado em Ciências da Religião, também na PUC Goiás. “Deus nunca me abandonou. Ele colocou pessoas no meu caminho, como o Padre Rodrigo, a Zeilma, a professora Olga. Eles acreditaram em mim, me deram oportunidades que eu honrei com muito esforço”, diz, emocionado.
Hoje, Paulo Afonso mora em Trindade, onde trabalha como assessor de comunicação da prefeitura, mas nunca deixou de frequentar a igreja que tanto ama. Ele está novamente estudando na PUC Goiás, agora no Mestrado em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Urbano, além de estar cursando doutorado em História, na Universidade Federal de Goiás. “Eu pesquisei o processo de midialização do Divino Pai Eterno, como as políticas públicas e ações de turismo religioso se desenvolveram, especialmente após a pandemia da Covid-19. Trindade é a minha casa”, afirma com orgulho.
“A PUC me deu tantas oportunidades. Eu sempre fiz a minha parte, tirava notas altas e me esforcei ao máximo. Hoje, olho para minha mãe e fico feliz em saber que consegui retribuir um pouco de tudo o que recebi. A PUC foi minha primeira universidade, e para mim, é mais do que isso, é uma extensão da minha fé
Ao olhar para trás, Paulo agradece a Deus e à PUC por terem sido seus guias e suportes em toda a jornada. “A PUC me deu tantas oportunidades. Eu sempre fiz a minha parte, tirava notas altas e me esforcei ao máximo. Hoje, olho para minha mãe e fico feliz em saber que consegui retribuir um pouco de tudo o que recebi. A PUC foi minha primeira universidade, e para mim, é mais do que isso, é uma extensão da minha fé”, explica Paulo, que tem planos de voltar à universidade após o final do Mestrado, desta vez como professor. E como legado já tem uma mudança na vida da sua família, duas das suas irmãs também estão fazendo curso superior.