Na UTI, o silêncio costuma reinar a não ser pelo momento das visitas e do monitoramento das máquinas. O coração do hospital é o local mais delicado porque exige atenção durante todo o tempo. Mas quem faz esse lugar pulsar silenciosamente são os enfermeiros intensivistas. A profissão exige qualidade técnica e muita humanização.
Lidar com o medo e a gravidade dos casos não assustou a enfermeira Livia Machado Mendonça, que já saiu do curso da PUC Goiás formada para trabalhar em UTIs, onde cumpriu um dos seus campos de estágio. São quase dez anos no Hospital Neurológico, em Goiânia, onde começou como estagiária e hoje é a gestora da UTI com 20 leitos que atende em média 500 pacientes por mês.
Especialista em Terapia Intensiva e mestre em Atenção à Saúde, Livia coordena uma equipe multidisciplinar de 80 profissionais. O curso de Enfermagem a tornou intensivista e gestora. No dia a dia, o trabalho requer muita atenção e jogo de cintura. Além da equipe, dos pacientes, ela também lida com as famílias das pessoas internadas.
Uma das primeiras pacientes assistidas por Livia sofria da síndrome de Guillain Barré, um distúrbio autoimune que atinge o sistema neurológico, e ficou meses internada entre a vida e a morte. Neste período, a comunicação era toda realizada pelo olhar com o apoio de figuras e fichas com letras. O quadro evoluiu e a paciente teve alta. Cinco meses depois, Livia foi chamada para a sala dos enfermeiros e pôde pela primeira vez ouvir a sua voz. “Foi um momento muito gratificante, ver a recuperação de quem você cuidou”, explica ela, falando da importância da empatia e do vínculo que se estabelece para garantir um ambiente humanizado na UTI.
Livia se diz realizada com a profissão, mas ainda está em busca de desafios. Junto com a equipe, no Hospital Neurológico, implantou o round de visitas que reúne a equipe multidisciplinar para sugerir condutas de cada caso e possibilitar um adiantamento da alta médica, quando for possível. Também se dedica ao doutorado, na área de Saúde, e a aulas como professora substituta no quadro da PUC Goiás.
Atuação
Trabalhar na UTI significa usar alta tecnologia, monitorar sinais vitais 24 horas por dia, controlar as medicações indicadas e a alimentação por sonda, além disso, muitos pacientes ainda usam fraldas e respiram com a ajuda de aparelhos. São sete dias na semana sem fechar as portas em que as equipes convivem com a doença, a cura e até a morte. Os cuidados perpassam pelo físico, mas também atingem o emocional do paciente e, muitas vezes, do profissional.
Enfermeiros podem atuar, além da área hospitalar, no atendimento e na gestão de enfermagem, na assistência na atenção primária e secundária, gestão dos serviços em saúde pública, docência universitária e pesquisas. Um campo amplo que é explorado nos cinco anos de duração da graduação.
Sobre o curso
Na PUC Goiás, a formação é voltada para a humanização do atendimento e para uma prática profissional desde o início do curso. São utilizadas Metodologias Ativas desde 2006 com a inserção do acadêmico nos diversos cenários de prática desde o primeiro módulo. “O perfil profissional exige práticas que propiciem aos professores e alunos situações que os levem ao exercício do pensamento analítico, crítico, inquisitivo, tendo a investigação e a pesquisa como integrantes do ensino, os professores como mediadores e facilitadores da relação dos alunos com o objeto de conhecimento”, informa o projeto pedagógico da graduação.
Segundo a coordenadora do curso, a professora Vanusa Claudete Usier Leite, o curso de Enfermagem trabalha com a prática já no primeiro módulo, possibilitando maior preparo para o mercado de trabalho. “No último módulo, um número significativo de alunos tende a solicitar colação de grau antecipada por serem convidados a assumirem diversos cargos hospitalares nas diferentes instituições que são parceiras da PUC Goiás”, afirma ela.
Da graduação, estes profissionais saem com formação crítica, reflexiva, humanizada e articulada com um projeto social de melhoria da qualidade de vida da população. Para ser enfermeiro ou enfermeira, é preciso estar atento ao próximo e ter muito interesse pela saúde. Antes de escolher o curso, a professora Vanusa indica que é necessária afinidade com o cuidar no âmbito biopsicossocial em todos os ciclos da vida.
Este e outros 43 cursos de graduação fazem parte do Vestibular Geral. E é do seu jeito: faça prova ou use sua nota do Enem.