Quando o assunto é o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus, as redes de pesquisa são uma importante ferramenta no combate à doença com o potencial de trazer uma resposta mais eficaz e estratégica para a sociedade, agregando esforços e inteligências em prol do bem comum.
Com base neste contexto, a próxima live do canal da PUC Goiás vai receber uma renomada cientista brasileira, que atua na linha de frente contra a Covid- 19 e desempenha um papel de protagonismo no rastreamento epidemiológico da pandemia no Brasil e no mundo.
A professora associada do Departamento de Molestias Infecciosas da Faculdade de Medicina da USP, dra. Ester Cerdeira Sabino, irá discutir o tema A importância de redes de pesquisa na resposta a pandemias, no dia 4 de março, às 14 horas, com transmissão aberta ao público em geral. O evento marca a aula magna do curso de Biologia, que integra a Escola de Ciências Médicas e da Vida (ECMV) da PUC Goiás.
Ponte para o desenvolvimento de vacinas
Médica, imunologista e ex-diretora do Instituto de Medicina Tropical da USP, a Dra. Ester liderou o sequenciamento do genoma do coronavírus e deixou seu nome cravado na história da ciência ao antecipar soluções.
Antes da chegada das primeiras cepas do Sars-CoV-2 no Brasil, ela já se preparava para sequenciar o genoma do vírus juntamente com sua equipe de pesquisadores da USP e do Instituto Adolfo Lutz.
É importante destacar que o trabalho e dedicação da cientista no mapeamento do genoma da Covid-19 possibilitaram o desenvolvimento de soluções para superar a crise sanitária.
Todo seu conhecimento científico abriu as portas para o desenvolvimento de vacinas, tratamentos, novos testes, entre outras soluções, que trouxeram esperança e otimismo no combate à pandemia.
Treinamento para pesquisadores
Para coroar o encontro entre cientistas, a conversa será mediada pela coordenadora do curso de Biologia da PUC Goiás e professora da UFG, profa. Mariana Telles, que coordena a pesquisa Mapeamento das variações genéticas do Coronavírus (Sars-Cov-2) em Goiás.
Esse estudo foi um dos selecionados em um chamamento público feito pelo Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Desenvolvimento e Inovação (Sedi) e Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e conta também com o apoio financeiro, de recursos humanos e logístico do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Ecologia, Evolução e Conservação da Biodiversidade (INCT EECBio).
Unidas pela ciência
Pela importância e alcance desse estudo, a profa. Mariana foi convidada para participar de uma rede de pesquisa chamada Estudo colaborativo de vigilância genética do SARS-Cov-2 em cidades brasileiras, que é coordenada pela dra. Ester.
Foi essa integração entre as pesquisadoras brasileiras que inspirou a ideia de promover uma live sobre o assunto e compartilhar essas informações com a comunidade acadêmica e a sociedade em geral.
Segundo a profa. Mariana, os pesquisadores participantes da iniciativa vão receber um treinamento para um tipo diferente de sequenciamento, porém com o mesmo objetivo do sequenciamento genômico do coronavírus que já vem sendo realizado por sua equipe.
Por meio deste trabalho, as cientistas conseguem acompanhar possíveis mutações no agente causador da Covid, além de constatar se novas variantes do vírus circulam nos estados e municípios.
“Trata-se de uma rede de pesquisa estabelecida entre diferentes municípios brasileiros, para capacitar essas pessoas de diferentes cidades para enfrentar esta e outras pandemias, além de outras necessidades de vigilância genômica que vierem pela frente. Admiro muito este tipo de iniciativa e tive o prazer e a honra de ser convidada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para assumir essa tarefa liderada pela Dra. Ester, junto com outras colegas da UFG”, informou a docente.